06/07/2011
Médicos vão suspender atendimento a 10 planos
(01/07/2011)
Médicos paulistas de 53 especialidades decidiram ontem, em assembleia, suspender temporariamente o atendimento a usuários de dez operadoras de planos de saúde que se recusaram a negociar o reajuste dos valores pagos por consulta. O cronograma da paralisação deve ser divulgado dentro de 20 ou 30 dias.
``Cada especialidade vai parar por 72 horas de forma alternada. A ideia é manter a pressão sobre as empresas sem prejudicar os usuários``, diz Florisval Meinão, da Associação Médica Brasileira.
Serão atingidos usuários da Gama Saúde, Porto Seguro, Intermédica, Greenline, Notredame, Abet (funcionários das empresas de telecomunicações) e também os funcionários da Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e Embratel.
Pesquisa divulgada ontem pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) revela a insatisfação dos médicos paulistas. Dos 58 mil que atendem planos, 74% consideram ruim ou péssima a relação com as operadoras. Em 2007, o índice era de 43%.
Ao avaliar sua relação com o Sistema Único de Saúde (SUS), 59% se disseram insatisfeitos. Foram ouvidos 649 médicos pelo Instituto Datafolha.
Segundo o presidente do Cremesp, Renato Azevedo Júnior, o relacionamento com as operadoras piorou muito nos últimos dez anos, principalmente pela falta de reajuste nos honorários.
A FenaSaúde, entidade que congrega as 15 maiores operadoras, diz que vem participando dos debates sobre honorários liderados pela ANS.